Jack Kirby, eternizado no meio dos quadrinhos como "O Rei", foi batizado como Jacob Kurtzberg, alterando seu nome em 1942.
Jack começou a trabalhar para os Estúdios Fleischer em 1935, onde fazia as sequências para o desenho "Popeye". Ele então juntou-se ao Lincoln Newspaper Syndicate em 1936, trabalhando ali até que falissem em 1938.
Kirby conheceu Joe Simon enquanto ele fazia trabalho freelance para diversas editoras. Os dois jovens se uniram e começaram a produzir e vender HQs. A dupla criou o herói patriótico "Capitão América" para a Timely Comics (mais tarde Marvel Comics) em 1941. As perspectivas dinâmicas de Kirby, as técnicas cinematográficas, seu uso de quebrar quadros sequenciais e um exagerado senso de ação fez do título um sucesso imediato, reescrevendo as regras das histórias em quadrinhos.
O nome Simon & Kirby tornou-se sinônimo de quadrinhos empolgantes de super-heróis. Depois de dez edições de "Capitain America", eles mudaram-se para a DC Comics, aonde assumiram o personagem "Sandman" na revista "Adventure Comics"; a dupla também produziria "Boy Commandos", "Newsboy Legion" (Legião Jovem) e "Manhunter".
Os quadrinhos de super-heróis decaíram em popularidade depois do fim da Segunda Guerra Mundial e Kirby e seu parceiro passaram a produzir várias histórias em outros gêneros. Eles são creditados pela criação da primeira revista de romance, "Young Romance Comics". Além disso produziriam histórias de crime, horror, humor e faroeste.
A parceria Kirby & Simon terminaria em 1954 com a indústria de quadrinhos estagnada por uma auto-impostacensura (Comics Code Authority) e sua subsequente publicidade negativa. Kirby entretanto continuou escrevendo, reinventando o personagem "Green Arrow" (no Brasil "Arqueiro Verde") na revista "Adventure Comics", além de criar o clássico sobre os aventureiros desafiadores da morte Challengers of The Unknown.
Kirby voltou para a Marvel Comics, desenhando uma série de histórias de terror, monstros e ficção científica. O visual bizarro de suas criaturas alienígenas foi sucesso imediato entre os leitores. A pedido do diretor Martin Goodman e do editor, diretor de arte e escritor Stan Lee, Kirby voltou a trabalhar com quadrinhos de super-heróis em 1961.
Kirby teve participação na criação de praticamente todos os personagens da Marvel nos anos seguintes. Entre eles se destacam os personagens e conceitos de "Fantastic Four" (Quarteto Fantástico), Thor, Hulk, "Iron Man" (Homem de Ferro), os X-Men originais, "Silver Surfer" (Surfista Prateado), "The Avengers" (Os Vingadores), "Doctor Doom" (Doutor Destino), "Galactus", "Magneto", "Inhumans" (Inumanos) e sua cidade perdida de "Attilan", "Black Panther" (Pantera Negra) e a nação africana de "Wakanda".
Kirby era frequentemente co-autor das histórias que desenhava, introduzindo elementos que não eram mencionados nos scripts de Lee; em particular, Kirby é creditado como sendo o criador do "Silver Surfer", que não foi citado no roteiro de Lee da história onde o personagem apareceu pela primeira vez.
Depois de uma briga com Lee e Goodman, Kirby voltou para a DC no princípio dos anos 70, produzindo uma série de títulos sob o selo "Jack Kirby's Fourth World". Entre eles estavam "The New Gods" (Os Novos Deuses), "Mister Miracle" (Senhor Milagre) e "Forever People" (O Povo da Eternidade), juntamente com outros títulos como "OMAC", "Kamandi", "The Demon" e uma nova encarnação de "Sandman" (este com seu ex-parceiro Joe Simon pela última vez). Vários personagens desta fase tornaram-se parte do Universo DC, incluindo o demônio "Etrigan" e seu alter-ego humano Jason Blood, o "Mister Miracle" Scott Free e o vilão cósmico "Darkseid".
Mais tarde ele voltou à Marvel, retomando o título "Captain America" e escrevendo e desenhando as histórias. Entre suas outras criações para a editora no período estão "Devil Dinosaur", "The Eternals" e uma adaptação do filme "2001: Uma Odisséia no Espaço". Kirby eventualmente deixaria a Marvel e os quadrinhos para trabalhar com animação, projetando os designs dos desenhos "Turbo Teen" e "Thundarr the Barbarian", entre outros.
A recém criada Pacific Comics fez então um acordo inédito com Kirby para publicar sua série "Captain Victory"; ele ficaria com os direitos de suas criações ao mesmo tempo em que receberia royalties sobre elas. Isto tornou-se um precedente que ajudou outros artistas de talento a receber tratamento semelhante por seu trabalho com revistas em quadrinhos.
Kirby é conhecido popularmente entre os criadores e fãs de histórias em quadrinhos como um dos maiores e mais influentes artistas do gênero. Sua produção entrou para a história enquanto estimativas apontam que ele desenhou mais de 25,000 páginas, assim como tira de jornal e esboços. Ele também pintava, e trabalhou com inúmeras ilustrações para filmes de Hollywood.
O prêmio Kirby Awards foi nomeado em homenagem à Jack Kirby.
O grupo de rock and roll Monster Magnet cita o impacto cultural de Kirby em sua música "Melt", que incluiu os versos, "I was thinking how the world should have cried/On the day Jack Kirby died."
O grupo Interzone, do percussionista de jazz Gregg Bendiam, gravou em 2001 um álbum em tributo a ele chamado Requiem for Jack Kirby.
- Martin A. Bursten
- Jack Curtiss
- Curt Davis
- Jacob Kurtzberg
- Charles Nicholas
- Fred Sande
- Vencedor do Will Eisner Comic Industry Awards 1993 - Bob Clampett Humanitarian